Lançamento Sintético x Lançamento Coberto: Qual escolher?

Uma dúvida muito comum para quem começa operar é: quando devo fazer um lançamento sintético e quando devo fazer um lançamento coberto?

Essa questão costuma confundir principalmente quem olha apenas para os gráficos de payoff de ambas as estratégias, que podem ser similares.

Mas será que essas estratégias são iguais?

A resposta é NÃO!

Lançamento Sintético x Lançamento Coberto

O Lançamento Sintético, também conhecido como venda de PUT, é uma estratégia na qual você recebe uma taxa em troca da obrigação de ter que adquirir um ativo a um determinado preço se o mercado cair abaixo desse preço.

Nessa estratégia, o risco da sua operação é delegado às ações.

Isso significa que, para quem trabalha com o mercado de opções pensando no médio e longo prazo, o risco é que a empresa venha à falência.

Porém, como sempre fazemos uma análise detalhada dessa empresa antes de montar qualquer estratégia, então o risco de isso acontecer é bem baixo.

Já no Lançamento Coberto, também conhecido como venda de CALL, recebemos uma taxa em troca da obrigação de ter que vender um ativo que temos em carteira a um determinado preço se o mercado subir acima desse preço.

Aqui, o risco da operação é você ter que se desfazer de um ativo bom que você já tem em carteira.

Pois bem, agora que entendemos quais são os riscos de cada estratégia, podemos falar um pouco sobre quando e como podemos escolher cada uma delas.

Cenário 1: Lançamento Sintético + Lançamento Coberto

Não, você não leu errado. Nesse primeiro cenário eu vou te mostrar como você pode fazer um Lançamento Sintético seguido de um Lançamento Coberto.

Essa estratégia é conhecida como Wheel Strategy.

Vamos começar fazendo uma venda de PUT em PETR4, com strike a R$39,51.

Nesse cenário, recebemos uma taxa de R$45 em troca da obrigação de ter que adquirir o ativo a R$39,51 se o mercado cair.

Suponha agora que o mercado caiu muito e nós não conseguimos fazer nenhuma rolagem ou manejo dessa estratégia.

O que podemos fazer, nesse caso, é fazer um lançamento coberto em seguida, recebendo mais uma taxa em troca da obrigação de ter que vender esse ativo se o mercado subir.

Montando essa estratégia, recebemos mais R$43 de taxa e, como o mercado está em queda, não teremos que entregar o nosso ativo.

Porém, é claro que nem tudo na vida – ou no mercado – é simples assim, não é mesmo?

No meu último artigo eu falei sobre dois grandes erros que muitas pessoas cometem quando fazem venda de PUT, mas eu vou relembrar esses conceitos novamente porque eles servem para a venda de CALL também.

Lá eu falo que os dois grandes erros são: não analisar a empresa antes de operar e não analisar o custo de oportunidade que ela tem.

Esses dois conceitos vão ser importantes aqui para definirmos quando devemos usar o Lançamento Sintético e quando devemos usar o Lançamento Coberto.

Pois bem, vamos supor que nós fizemos a análise dos indicadores da empresa e a sua análise de preço justo.

Depois dessa análise você pode chegar a dois cenários: a empresa está sendo negociada abaixo do seu preço justo ou a empresa está sendo negociada acima do seu preço justo.

Empresa negociada acima do seu preço justo

Vamos fazer um exemplo para uma empresa sendo negociada acima do seu preço justo, como é o caso da PETR4.

O seu preço justo é na casa dos R$33, porém ela está sendo negociada na casa dos R$40.

Fonte: Invius Research

Nesse caso, podemos montar um Lançamento Sintético OTM.

Dessa forma, recebemos a taxa da operação e, caso tenhamos que adquirir o ativo, será apenas quando o mercado cair muito e ele estiver muito próximo do seu valor justo.

Empresa negociada abaixo do seu preço justo

Suponha agora que temos uma empresa sendo negociada abaixo do seu preço justo, como é o caso da BBSE3.

Fonte: Invius Research

Nesse caso, é mais vantajoso comprar o ativo por esse valor e trabalhar com Lançamento Coberto.

É claro que, quando o mercado começar a subir, o risco de ter que vender o seu ativo vai aumentar.

Porém, você tem duas opções para mitigar esse risco.

Você pode montar um Lançamento Coberto Protegido, no qual você compra uma CALL com strike imediatamente superior, ou mesmo uma opção mais longa.

Outra opção é encerrar a operação antes de ser exercido, aceitando o prejuízo a curto prazo.

No médio e longo prazo – que são sempre onde estão os nossos objetivos – você pode não só recuperar esse valor em outros lançamentos cobertos, como ainda aproveita o custo de oportunidade de ter um bom ativo na sua carteira.

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