Veridiana Lopes: a importância da economia diária

Ações, Renda Fixa, Psicologia social, dívidas, ninguém melhor que a fundadora do Economia Diária para abordar esses temas que todo investidor precisa para ter um controle maior de suas finanças e emoções ao investir. 

Por isso, a convidada deste episódio do At the Money, Veridiana Lopes, traz essa discussão para nosso papo.

Quem é Veridiana Lopes?

Educadora Financeira, Veridiana Lopes está “há 5 anos falando de dinheiro para quem não entende nada!”. 

Criadora do Economia Diária, tem como missão falar de finanças e investimento de maneira simples e descomplicada, e provar que não é chato lidar com dinheiro.

Consultora focada em finanças pessoais, Veridiana já formou mais de 215 consultores financeiros.

Quer saber mais? Assista ao podcast completo a seguir:

Endividamento no Brasil

Segundo Veridiana, a maioria das pessoas não entendem que o cheque especial ou o limite extra do banco, por exemplo, não são um benefício. A especialista explica que recebe várias perguntas sobre “o que significa o mínimo do cartão de crédito”.

Neste sentido, fica nítido que o problema do brasileiro é, principalmente, não ter educação financeira.

Segundo um estudo divulgado pelo Serasa, 41% dos brasileiros estavam endividados em 2019, dado que só piorou com a pandemia. 

Conselho para negociar a dívida

O primeiro ponto de atenção que a fundadora do Economia Diária aponta é: não adianta tentar quitar uma dívida se você gasta mais do que ganha.

Se você não tiver esse cuidado, a dívida vai acabar voltando. O desafio, na verdade, é não voltar para o endividamento. 

Por exemplo: você pode trocar sua taxa de juros – o que é muito bom para quitar uma dívida. 

Funciona da seguinte maneira: você tem uma dívida no cartão de crédito que te cobra 400% ao ano, se trocar por um empréstimo pessoal que cobra 20% ao ano, na matemática faz sentido, já que você quita uma dívida, criando outra cujas parcelas serão menores. 

No entanto, se a pessoa não tem certeza se consegue pagar a nova parcela, o problema vai voltar.

Então, antes de pensar em quitar ou negociar a dívida, é preciso ter organização financeira, e gastar menos do que ganha. 

Somente depois disso que podemos pensar em estratégias para negociar a dívida: seja buscar uma parcela menor, trocar dívida cara por outra barata – como no exemplo acima -, parar de pagar e negociar mais para frente. 

Como lidar com um cliente endividado?

Segundo Veridiana, o endividamento é muito mais comportamental.

Quando falamos de dívida, não estamos falando somente da matemática: mas também sobre qualidade de vida, traumas, abalos na estrutura familiar, ligação de cobrança diária e várias outras questões pessoais que precisam ser levadas em consideração. 

Por isso, é de extrema importância que o consultor tenha empatia com a situação do cliente.

De acordo com Veridiana, é preciso ter em mente que “a pessoa que está endividada, não faz isso porque acha divertido, e sim porque teve falta de educação financeira, ou tomou uma decisão ruim, ou os dois juntos”. 

Dessa forma, lidar com o emocional do cliente normalmente está ligado com o senso de merecimento da pessoa. 

Segundo a consultora, existe uma área nas finanças pessoais, chamada de psicologia econômica, que estuda que os seres humanos, quando precisam lidar com algo que é finito, tomam decisões baseados na emoção.

Então, quebrar esse ciclo de endividamento é fazer a pessoa entender que ela merece uma vida diferente. 

Cartão de crédito é um vilão?

Não! Veridiana afirma que o vilão é quem usa. 

Às vezes, a pessoa não sabe que tem um gatilho emocional e gasta mais do que deveria, ou age conforme a teoria do tempo finito, ou seja, foca somente no agora e esquece do futuro.

Apesar de o cartão ser um alicerce para agravar essas questões, ele, sozinho, não é um vilão. Pode, inclusive, ser muito útil em algumas situações

Estratégia para lidar com as movimentações econômicas?

Com um cenário inflacionário no mundo inteiro, o ideal é proteger o patrimônio através de investimentos, ou fazendo renda extra.

É claro que, para lidar com isso, o salário deveria aumentar proporcionalmente, mas a gente sabe que nem sempre isso acontece.

Como iniciar minha reserva de emergência?

A principal dica de Veridiana é focar no Tesouro Selic.

“Quando a gente fala de investimentos com inflação, a reserva de emergência é sempre no Tesouro Selic, [para] ganhar da poupança e poder ter liquidez.”

Tenho R$100 por mês para investir, por onde começar?

R$100 é pouco para diversificar muito. 

Então, se você tem até R$100 por mês, a sugestão da criadora do Economia Diária é focar primeiro na reserva de emergência, e somente depois alocar capital em investimentos de longo prazo.

A partir desse valor, dá para colocar parte no Tesouro Selic – seguindo a mínima exigida – e parte em outro investimento, como IPCA, ação, mercado imobiliário, entre outros.

Agora, se receber um 13º salário ou uma renda extra, por exemplo, a ideia é dedicar tudo para o médio e longo prazo.

Pensando nesse período, você tem que focar em ganhar da inflação, seja com renda fixa, aposentadoria, ou uma ação que você sabe que vai valorizar.

Erros de quem está iniciando 

O erro mais comum é a pessoa que tenta investir buscando a maior rentabilidade, sem um objetivo definido. 

É comum que o investidor novo já queira retornos excepcionais rapidamente, mas na prática isso não acontece, é aos poucos.

Então, o primeiro passo é definir um objetivo e uma meta crescente. 

Além disso, o segundo erro apontado por Veridiana é a pessoa que não tira o dinheiro da poupança com medo de fazer investimentos.


Sobre o At The Money

O At The Money é o podcast da Invius Research, apresentado pelos fundadores Leo Dutra e Jehniffer Santanna. Nele trazemos convidados de várias áreas diferentes, mas com ideias de alto valor para serem compartilhadas.

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